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New York Times compara destino do burro mirandês ao dos portugueses.

Capa da edição europeia do jornal é dedicada ao burro mirandês, um animal de carga que sobrevive com subsídios da UE
A capa da edição europeia do “New York Times” é dedicada ao burro mirandês, que se encontra em vias de extinção e cujo percurso serve como metáfora para a situação económica e social do país.
Com o título "Em Portugal, um burro de carga vive de subsídios", o artigo, do jornalista Raphael Minder, fala sobre as causas do declínio daquela espécie, ameaçada pela mecanização da agricultura, pelo êxodo rural e, mais recentemente, pelos cortes nos fundos europeus, que garantem actualmente a sua sobrevivência.
"Depois de décadas de negligência e, argumentam alguns, de falta de compreensão, o destino do burro acaba por parecer-se com o dos seus parceiros humanos em muitos locais do interior, duramente pressionados: ameaçados pelo declínio da população e com a sobrevivência dependente, sim, de subsídios da União Europeia", refere o jornalista, que foi até Paradela, no concelho de Miranda do Douro, para escrever o artigo.
As comparações entre o trajecto do burro mirandês e os portugueses continuam ao longo do texto, que vai desde os subsídios da União Europeia (UE) ao resgate financeiro da troika.
“Hoje, numa era de austeridade, até os burros são levados para o debate sobre até onde a União Europeia deve ir para manter as suas regiões agrícolas”, continua o jornalista, explorando os preconceitos em torno da espécie e o facto de serem cada vez mais raros em países onde foram durante gerações uma preciosa ajuda no sector primário.
Agora, em Portugal, e mesmo com os apoios da UE ter um destes exemplares não é economicamente viável e a única razão para manter um burro é muito mais “o amor pelo animal do que os subsídios”, o que não liberta esta espécie da ameaça de extinção.
"À medida que os mais jovens abandonam as zonas rurais pelas cidades, os burros também são ameaçados porque os agricultores que tomam conta deles estão a ficar demasiado velhos para continuarem a fazê-lo", acrescenta o artigo.
Fonte: iOnline